Mas seu sonho estava se realizando, estava agora em uma escola. Toda a precariedade do lugar não abatia o menino que atribuía grande valor ao aprendizado e, com seu impoluto pensamento, não enxergava as inúmeras imperfeições que ali existiam. Olhos e atenção voltados para aquela jovem que dedicara sua vida a ensinar, Sevinho nem sentiu mais fome, nem sede e, durante as quatro primeiras horas de aula de sua vida, sentiu-se gente. Voltou pra casa com os mesmos olhos embaçados de outrora, mas com o resquício de um brilho diferente do anterior, já não raro como o orvalho, mas cotidiano como a luz implacável das proximidades do equador, intensa e com força contínua.
sábado, 5 de dezembro de 2009
A Carta do Sevinho
Mas seu sonho estava se realizando, estava agora em uma escola. Toda a precariedade do lugar não abatia o menino que atribuía grande valor ao aprendizado e, com seu impoluto pensamento, não enxergava as inúmeras imperfeições que ali existiam. Olhos e atenção voltados para aquela jovem que dedicara sua vida a ensinar, Sevinho nem sentiu mais fome, nem sede e, durante as quatro primeiras horas de aula de sua vida, sentiu-se gente. Voltou pra casa com os mesmos olhos embaçados de outrora, mas com o resquício de um brilho diferente do anterior, já não raro como o orvalho, mas cotidiano como a luz implacável das proximidades do equador, intensa e com força contínua.
sábado, 21 de novembro de 2009
Geografia do bairro
culturani– O que incentivou o senhor a estudar a cidade de Nova
Iguaçu e, principalmente o bairro Cabuçu, do qual quase nada é falado?
Edson Borges– Fui a primeira pessoa do meu bairro a ingressar em uma universidade pública e acho um dever meu aplicar o conhecimento que adquiro em meu lugar de vida, que está passando por intensas transformações que interferem na dinâmica de toda a Baixada. Além de ser um prazer, é mais fácil, pois posso vê-lo todo dia.
culturani – Explique um pouco esse seu ingresso na universidade. Foi a partir disso que você começou a estudar a cidade?
Edson Borges – Fui aluno do Pré-Vestibular para Negros e Carentes de Cabuçu – o PVNC. Antes eu estudava na escola técnica Visconde de Mauá da Faetec de Marechal Hermes. Estudava Eletrotécnica e queria ser engenheiro eletrônico. Só passei a conhecer o meu bairro e me interessar pelas ciências humanas – geografia e história – quando
conheci o PVNC. Hoje sou professor e coordenador e ensino um pouco do que aprendi aos jovens do meu bairro, inclusive o que aprendi sobre nossa cidade.
A cidade está indo para onde as rodovias irão: para a região sudoeste nas URGs de Cabuçu e Km 32, onde gigantescos empreendimentos imobiliários estão sendo realizados, apostando em rodovias que ainda não existem, mas já estão no Plano Diretor da cidade e nos planos do Governo do Estado como o Arco Rodoviário.
culturani– Você afirma que Nova Iguaçu está entrando em sua terceira fase e que esse é o seu objeto de estudo. Quais então seriam as outras duas e como você estudou sobre elas?
Edson Borges- Os pesquisadores da Baixada sempre destacam as duas fases de desenvolvimento que a cidade de Nova Iguaçu passou: a da antiga Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú, que passou a ser chamada Vila de Iguassú, nas margens do Rio Iguassú, e a da Ferrovia, quando o centro foi transferido para o Arraial de Maxambomba e a recém-nascida cidade passou a ser chamada de Nova Iguaçu. Existem trabalhos significativos do IPAHB (Instituto de Pesquisas e Analises Históricas e de Ciências Sociais da Baixada), além da tese de doutorado do professor Manoel Ricardo Simões, conhecido como Breguelé.
culturani– Essas pesquisas sobre a cidade falam alguma coisa sobre essa tal terceira geração de Nova Iguaçu e, se não falam, o que o levou a acreditar nisso?
Edson Borges– Professor Breguelé acredita que a terceira fase é a da indústria. Nova Iguaçu já foi engenho e a cidade da laranja e hoje é a cidade dos cosméticos. Mas não podemos comparar o tipo de doce que comemos com o tipo de fogão onde se faz o doce. Falamos da cidade às margens do rio e às margens da ferrovia. O diferencial do meu trabalho é acreditar que uma nova geração estaria se desenvolvendo, como um “embrião” de uma ‘Nova Nova Iguaçu’, ou melhor, uma ‘Iguaçu Nova’. Eu falo da cidade indo para onde as rodovias irão: para a região sudoeste nas URGs de Cabuçu e Km 32, onde gigantescos empreendimentos imobiliários estão sendo realizados, apostando em rodovias que ainda não existem, mas já estão no Plano Diretor da cidade e nos planos do Governo do Estado como o Arco Rodoviário.
Edson Borges- Acredito que estamos passando por um processo de mudanças, mas é cedo para fazer afirmações dessa natureza. O que acho certo é que Nova Iguaçu não tem mais para onde crescer. Ao norte para na Reserva de Tinguá, a leste e a oeste a cidade esbarra nas emancipações e ao sul, o centro já está estrangulado pelo crescimento desordenado. Já a sudoeste existem imensas terras vazias. Os novos empreendimentos estão trazendo gente de outros municípios e pode vir a se transformar em um novo sub-centro, com dinâmica própria, mas as forças políticas continuam no centro.
Acredito que estamos passando por um processo de mudanças, mas é cedo para fazer afirmações dessa natureza. O que acho certo é que Nova Iguaçu não tem mais para onde crescer.
culturani– Sabemos que foi recentemente construído um parque aquático em Cabuçu e hoje estão fazendo um imenso condomínio ao lado do parque. Esses empreendimentos são os responsáveis por todas essas transformações ou existem outras coisas a destacar sobre essa área?
Edson Borges– Tanto o parque aquático Paradiso Clube quanto o Condomínio fazem parte de um megaprojeto chamado Cidade Paradiso. Esse projeto, inicialmente chamado de ‘Iguassú Nova’, está sendo construído em uma fazenda de Eucaliptos com dimensões de uma cidade para cerca de 150 mil habitantes. Eu assisti desde a derrubada do primeiro eucalipto até a atual finalização do primeiro condomínio – o Cidade Paradiso, com umas 1800 casas. Mas existem outros projetos habitacionais, além de um parque industrial. Essa não é a única fazenda gigantesca dessa região. Temos outra fazenda Cabuçu ao pé da Serra e a fazenda Marapicú, entre outras, todas com importância histórica significativa e que são alvo de especulação fundiária hoje.
culturani– Conte-nos sobre as tais rodovias que ainda não existem, mas que serão construídas.
Edson Borges– A região sudoeste de Nova Iguaçu fica entre três rodovias muito importantes: a Rio São Paulo - Dutra -, a antiga Rio - Santos e a Avenida Brasil. Além disso, está a distâncias parecidas da Capital do Estado, do pólo Gás-Quimico e Petroquímico de Duque de Caxias, da cidade portuária de Itaguaí e da industrial Volta Redonda. É uma região estratégica. Perto de lá passará o já citado Arco Rodoviário, e ainda será margeada pela Avenida Santa Cruz, onde passavam os trilhos da Linha Velha (ligando a Dutra na altura de Austin à Rio - Santos) e a Estrada de Mato Grosso, que contorna a fazenda até a Lagoinha. Por dentro dela passará a Avenida do Oleoduto. Isso sem contar com extensão da Via Light e da construção de uma avenida às margens do Rio Cabuçu. Hoje a RJ
Quem quiser conhecer os trabalhos do geoeducador pode acessar
www.geoeducador.xpg.com.br/ pensando e clicar na guia “Artigos Resenhas
Resumos”. Lá existem outros textos com o mesmo tema. Interessados
podem enviar uma mensagem para o autor através da página Contatos ou
comentar no blog http://www.geoeducador.blogspot.com/
MARCADORES: BAIRRO-ESCOLA, FERNANDA BASTOS rãoMsrQXr>
Edson Borges– A região sudoeste de Nova Iguaçu fica entre três rodovias muito importantes: a Rio São Paulo - Dutra -, a antiga Rio - Santos e a Avenida Brasil. Além disso, está a distâncias parecidas da Capital do Estado, do pólo Gás-Quimico e Petroquímico de Duque de Caxias, da cidade portuária de Itaguaí e da industrial Volta Redonda. É uma região estratégica. Perto de lá passará o já citado Arco Rodoviário, e ainda será margeada pela Avenida Santa Cruz, onde passavam os trilhos da Linha Velha (ligando a Dutra na altura de Austin à Rio - Santos) e a Estrada de Mato Grosso, que contorna a fazenda até a Lagoinha. Por dentro dela passará a Avenida do Oleoduto. Isso sem contar com extensão da Via Light e da construção de uma avenida às margens do Rio Cabuçu. Hoje a RJ 109, a Avenida Abílio Augusto Távora, conhecida como Estrada de Madureira, ainda é a principal. Para a outra Fazenda Cabuçu, ainda temos a antiga estrada Cabuçu-Queimados, que também dá na Dutra.
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sábado, 24 de outubro de 2009
Um Edson*, um poeta e um conselho
Jovem repórter faz homenagem ao poeta Jorge Cardozo, presidente do Conselho Municipal de Cultura
De onde vem a força do poeta
Sobrevivendo em tempos obscuros
Tentando escapar do calabouço
e ver nascer o sol da liberdade?
Talvez venha do espírito de união
Da arte que o palco da vida ensina
Expressada nos espaços operários
Nas caras e nas bocas da cidade
E como imaginar tamanho feito
De ver raiar a luz da esperança
E das palavras tristes do poeta
Surgir a firme voz da liderança
E ao fim sentir que todos temos vida
Que a arte não está no cativeiro
Repousa sobre o velho e o moço
Desperta no coração da criança
Talvez se não morresse o tal menino
Ainda estivesse presa, a poesia
E a força e a garra do poeta
Fosse tal qual agulha no palheiro
Melhor é resistir à repressão
Seguir a cultura da ousadia
Viver do jeito que mais vale à pena
Conselhos de um poeta conselheiro
* Referência ao estudante Edson Luiz Lima Souto, assassinado em 1968, aos 18 anos, em uma operação de repressão, durante a ditadura militar (ver matéria 'Conselho do poeta')
sábado, 17 de outubro de 2009
Professor: ser ou não ser
Por Edson Borges Vicente em 15 de outubro e 2009
Brincando de ser cidadão

sábado, 3 de outubro de 2009
Provas do ENEM ''vazadas' disponíveis para baixar
Resgatando o Jóvem Reporter - nº 1


Serra do VulcãoDesde então se julga um incompreendido pela sociedade. Tem muita vontade de reiniciar os estudos, de trabalhar e, literalmente, correr e voar atrás dos sonhos que não se perderam. Vocação para maratonista, realmente ele tem. Além disso, gostaria de ser saltador de parapente e asa-delta. "Conheço algumas pessoas que praticam esse esporte na Serra do Vulcão."

A árvore também traz o frescor da brisa da serra nos dias muito quentes. É uma morada, uma fiel companheira e um hobby. No topo da

Outro pouso de descanso do maratonista é atrás do Posto de Saúde de Cabuçu. Em um quartinho pequeno ele guarda seus pertences, doações e o que consegue comprar com seu trabalho. "De vez em quando, ganhou uns trocados capinando, limpando e roçando a beira da estrada de Madureira", diz ele.
Luiz tem uma particular fixação pela estrada de Madureira. "É minha pista de atletismo", afirma. Percorre-a incansavelmente todos os dias, indo do KM 32 ao Centro de Nova Iguaçu. De vez em quando faz um pit-stop na torre de Furnas, na altura do Jardim Laranjeiras. ”Crianças, não façam isso em casa!", aconselha.
Seu idílio com a natureza pode ter um fim a qualquer momento, pois já chegou a seus ouvidos que a área da fazenda pode ser invadida a qualquer momento. Com receio de que a construção de novas casas avance sobre sua árvore, Luiz sugere um ato político: “Temos que criar uma lei proibindo o corte da minha casa."
sábado, 26 de setembro de 2009
Aula de Lingua Estrangeira
Como se fala “O Professor do Estado do RJ” em várias línguas
Por Edson Borges Geoeducador
El Magico – Espanhol
The Michael Jackson – Inglês
Lo Biscatonne - Italiano
Takumtudu Numtemnada – japonês
Kara Pálida – Tupi
Geoeducador