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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Herói: um simples humano ou um humano simples: as contribuições de Freire e do Filme ‘Quando Tudo Começa’ na promoção da responsabilidade docente.

Herói: um simples humano ou um humano simples: as contribuições de Freire e do Filme ‘Quando Tudo Começa’ na promoção da responsabilidade docente.
Edson Borges Filadelfo[1]

Os verdadeiros heróis não se reconhecem como tal, nem buscam tal reconhecimento. Na verdade não existem heróis e sim, verdadeiros humanos, ou melhor, humanos verdadeiros que em sua simplicidade fazem a diferença a partir das escolhas certas, das atitudes certas e da postura certa nas horas necessárias. E quando isso ocorre na escola e, em especial, quando parte da liderança da escola (a gestão), as coisas podem ter conseqüências mais profundas do que se espera. ‘Quando tudo começa’, filme francês que aborda o cotidiano de uma escola de educação infantil de uma cidade periférica da França na década de 1990 fase de consolidação do neoliberalismo a partir da experiência de um diretor engajado com as necessidades estruturais para o aprendizado dos alunos, inclusive extrapolando os muros da escola, contribui para a formação humana do educador. O torna mais sensível aos problemas cotidianos que são muitas vezes comuns ás escolas periféricas, até mesmo em países desenvolvidos.
A personagem principal é um educador diferente dos demais apenas por não desistir de seus princípios fundamentais, não negar sua responsabilidade docente, enfrentando dilemas e problemas dos mais variados possíveis e se vendo até mesmo dentro do âmbito familiar envolvido com questões de ordem social e econômica, obrigando-se a mediar conflitos na esfera política quando a educação deixa de ser prioridade no estado francês, marcada a muito por uma postura geralmente voltada ao social, até mesmo paternalista. A contrinuição de Paulo Freira nesse sentido é grande quando destaca a “necessidade de uma intervenção competente e democrática do educador nas situações dramáticas em que os grupos populares, demitidos da vida, estão como se estivessem perdido o seu endereço no mundo” (FREIRE, 2001, p. 27).
O diretor, amante da literatura, não deixa que os desafios impostos cessem sua produção artística, sua responsabilidade enquanto diretor e professor nem mesmo seu afeto e envolvimento amoroso, assim como sua solidariedade para com os alunos, pais, professores e demais sujeitos envolvidos no cotidiano da escola. Mais uma vez recorremos a Freire para quando o mesmo diz “Sei que as coisa podem até piorar, mas sei que é possível intervir para melhorá-las”. (FREIRE, 1996, P.22). De todo modo, ele – o diretor - até pensa em desistir em uma certa altura, porém, os frutos de sua atuação convergem em um apoio mútuo de sua equipe e de todos que com ele convivem, o fortalecendo em um ano, que o mesmo considerou atípico, mas que cada vez mais parece via de regra.
Embora a situação pareça de redução da importância o papel do educador, em todas as modalidades de ensino, inclusive na EJA, devido ao fato dos alunos serem em sua maioria já adultos e com problemas mais complexos, não pode acabar no educador a alegria e a coragem para continuar a praticar a educação em sua totalidade. Assim sendo, a esperança, cujo ditado popular diz que é ‘a última que morre’, na verdade é a geradora das outras condições humanas para o exercício da docência. Mais uma vez recorremos a Paulo Freire que insiste na “a esperança  de que professores e alunos, juntos,  podemos  aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos  igualmente  resistir aos obstáculos  à nossa alegria”. (FREIRE, 1996, P.29).

Referencias Bibliográficas

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25ª ed. São Paulo: Paz e Terra. 1996.
FREIRE, Paulo. Política e Educação: ensaios. 23ª ed. São Paulo: Cortez. 2001.




[1] Bacharel e Licenciado em Geografia pela UERJ. Pós-Graduando em Educação de Jovens e Adultos pelo IFRJ Nilópolis. Professor da Rede Estadual de Educação do RJ: SEEDUC.

Resenha do Artigo "Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA" de Inês Barbosa de Oliveira.



RESENHA

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA. Educar n. 29. Curitiba: Editora UFPR, 2007. p. 83-100.
                                                          Edson Borges Filadelfo [1]
Objetivando promover uma reflexão a cerca da organização curricular e as práticas pedagógicas na Educação de Jovens e Adultos – EJA, o artigo “Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA” de Inês Barbosa de Oliveira é estruturado em quatro partes: abordagem histórica, análise de relatos de situações vivenciadas pela autora e de terceiros próximos a ela, aprofundamento teórico e análise de propostas curriculares com proposição de debates com vistas à adequação dos currículos orientados à EJA. A autora, professora adjunta de Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ, membro do GT Currículo da ANPEd e que também possui muitos trabalhos publicados com o tema “cotidiano escolar”, atua em um Campus Universitário que abriga o Fórum Estadual de EJA do Rio de Janeiro e, dessa forma, está próxima dos sujeitos: docentes , discentes e gestões que debatem a educação de jovens e adultos.
Na análise histórica da EJA no Brasil, o texto aborda as concepções compensatória, o “Método Paulo Freire” e ações governamentais pré e pós golpe militar de 1964 além do esforço dos educadores atuais em ampliar a noção das pessoas a quem a EJA se destina.
Entre os principais problemas que se apresentam nos espaços-tempos em que a Eja acontece, trabalhados do artigo, a autora destaca a infantilização dos educandos e a inadequação de conteúdos e modos de abordá-los, bem como de linguagem.
Para pensar em novas práticas pedagógicas e em currículos adequados à modalidade, professora Inês propõe o conceito de tessitura do conhecimento em redes, segundo a qual os processos de ensino-aprendizagem não podem controlar o conhecimento que está relacionado às experiências e à inserção dos sujeitos no mundo. Ainda sob essa ótica, citando outro trabalho seu anterior, ressalta que há a possibilidade da atribuição de significado “por parte daqueles que aprendem, às informações recebidas do exterior — da escola, da televisão, dos amigos, da família etc.” (OLIVEIRA 2003, apud OLIVEIRA, 2007, p.87). A não observação desse pressuposto culminaria na indevida relação do currículo e da metodologia comumente utilizadas na EJA onde “idade e vivências social e cultural dos educandos são ignoradas, mantendo-se nestas propostas a lógica infantil dos currículos destinados às crianças que freqüentam a escola regular” (Op cit, p. 88). Seria necessário, portanto, repensar critérios de organização de alunos e conteúdos, bem como a avaliação e, para tanto, espaços como o da escola e outros ambientes propícios à discussão precisam ser potencializados.

A leitura do trabalho proposto pela professora, como ela mesma ressalta, não fornece aos interessados na temática, especialmente aos docentes que atuam em classes de EJA, ‘receitas’ ou ‘soluções mágicas’ para os problemas enfrentados nesses espaços-tempos. Todavia os aproxima da reflexão que é necessária para a promoção de mudanças de concepção e de prática, sobretudo no ambiente de sala de aula, muitas vezes o último a ver os resultados do debate travado em academias, sala de professores ou reuniões pedagógicas. Desse modo, o valor do texto reside fundamentalmente em seu papel questionador das máximas aceitas como base das propostas curriculares e das práticas pedagógicas propostas e adotadas em EJA. Sendo assim, visa instigar os sujeitos envolvidos na temática a buscar o novo a partir do reconhecimento dos alunos também como tal.

[1] Bacharel e Licenciado em Geografia pela UERJ. Pós-Graduando em Educação de Jovens e Adultos pelo IFRJ Nilópolis. Professor da Rede Estadual de Educação do RJ: SEEDUC.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Robô Curiosity faz primeira pefuração em Marte


Robô "curiosidade" abre nova era de exploração em Marte. Pela primeira vez usou a sua broca para perfurar um buraco em uma rocha do planeta Marte para tomar uma amostra e analisar , anunciou sábado, 9 fev NASA.


O robô, que pousou no planeta vermelho em agosto de 2012, usando a "broca ligado à extremidade de um braço robótico para perfurar uma rocha plana e veia e uma amostra a partir de dentro "diz agência espaço em um comunicado .
"O robô mais avançado já construído agora é uma análise de laboratório pleno" , congratulou-se John Grunsfeld , um oficial da missão, disse no comunicado.Segundo ele, é "a conquista mais importante" desde a chegada do robô em Marte.
SE A vida microbiana poderia existir
Amostras de rochas, coletadas no buraco 1, 6 cm de diâmetro e 6,4 cm de profundidade, deve fornecer pistas sobre o ambiente marciano.
NASA acredita que essas amostras de rochas, coletadas no buraco 1, 6 cm de diâmetro e 6,4 cm de profundidade, dar pistas para o meio ambiente uma vez que molhar existia na superfície marciana.
Para ser capaz de executar a perfuração em Marte, a NASA diz que fizeram oito brocas e perfurados mais de 1.200 buracos em 20 tipos diferentes de rocha Terra SRU.
Nos próximos dias, os controladores em terra irá transferir a amostra para o analisador depois de garantir que não tenha sido contaminado quando estava na Terra.
A missão de dois anos deste robô de seis rodas, o mais sofisticado enviado a Marte, com 10 instrumentos científicos, é saber se a vida microbiana poderiaexistir no Planeta Vermelho.
Fonte: Le Monde (Google Tradutor) 
http://www.lemonde.fr/sciences/article/2013/02/10/curiosity-procede-a-un-premier-forage-du-sol-sur-mars_1829722_1650684.html

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Morre, aos 95 anos, historiador Eric Hobsbawm


Família confirmou que intelectual morreu na madrugada passada após pneumonia. Ele é conhecido por suas obras 'A era das revoluções', 'A era do capital' e 'A era dos extremos', entre outras.

Inglaterra -  O historiador britânico Eric Hobsbawm morreu em Londres aos 95 anos, segundo informação divulgada por sua família nesta segunda-feira. O intelectual marxista é considerado um dos maiores historiadores do século 20 e escreveu "A era das revoluções" , "A era do capital", "A era dos impérios" , "Era dos Extremos", entre outras obras.
Eric Hobsbawm foi considerado um dos historiadores mais influentes do século | Foto: EFE
Marxista convicto, Hobsbawm nasceu no Egito, filho de pais judeus, mas foi criado na Áustria e na Alemanha. Sua família mudou-se para a Grã-Bretanha depois que Adolf Hitler subiu ao poder em 1933. A filha do historiador, Julia Hobsbawn, informou que seu pai morreu na madrugada passada. Ele estava internado em um hospital, tratando uma pneumonia.
A Era dos Extremos, uma de suas principais obras
Vida
Hobsbawm nasceu no dia 9 de julho de 1917 no Egito ainda sob o domínio britânico, e tinha, por isso, nacionalidade britânica. Ele passou os primeiros anos de sua vida em Viena e Berlim. Nessa época, tanto a Áustria quanto a Alemanha sofriam com a crise econômica e a convulsão social, consequências diretas da Primeira Guerra Mundial.
Hobsbawm casou-se duas vezes, primeiro com Muriel Seaman em 1943 (divorciou-se em 1951) e logo com Marlene Schwarz. Com esta última teve dois filhos, Julia e Andy, e um filho chamado Joshua de uma relação anterior. 
As informações são do IG

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Satélite da Nasa detecta nevascas de dióxido de carbono em Marte


Washington, 17 set (EFE).- O satélite Mars Reconnaisance Orbiter (MRO) na órbita de Marte obteve a prova definitiva de um fenômeno único no sistema solar: nevascas de dióxido de carbono. Em comunicado publicado nesta segunda-feira, a Nasa (agência espacial americana) assegura que "estas são as primeiras provas definitivas da existência de nuvens de neve de dióxido de carbono" no polo sul de Marte. Os flocos de neve de dióxido de carbono, conhecidos também como "gelo seco", requerem temperaturas abaixo dos menos 125 graus centígrados e dão ao extremo meridional do Planeta Vermelho uma aparência similar à da Terra, indicou a Nasa. A atmosfera marciana está composta por 95% de dióxido de carbono que ao condensar-se nos pólos cai em forma de nevadas, mais frequentes no inverno do polo sul de Marte. A presença de dióxido de carbono gelado de maneira estacional no polo sul de Marte já era conhecida pelos cientistas, mas esta é a primeira vez que se demonstra a existência de precipitações de neve de "gelo seco" graças ao satélite MRO. Os cientistas analisaram dados sobre composição das nuvens gasosas de Marte durante um ano e determinaram que "as partículas de gelo de dióxido de carbono são suficientemente grandes para cair na superfície", afirmou David Kass, um dos autores do estudo. Em 2008, a sonda Phoenix Lander já havia detectado nevadas de água gelada, similares às da Terra, no norte de Marte. EFE jmr/rsd

sábado, 12 de maio de 2012

Reflexão sobre a relação entre memória e história: interpretações sobre o passado recente do Brasil e a abertura dos arquivos secretos da ditadura.

 Por Edson Borges Filadelfo*

 
Em um período no qual a história assiste uma ascensão pretensiosa e tendenciosa da memória na busca pela “fiel verdade” sobre o passado recente, em especial ao período da ditadura militar (1964 até 1985), cabe aos historiadores o cuidado no trato dos documentos secretos que passam por um processo de abertura e disponibilização com suas transferências para os arquivos públicos. Uma vez públicos (e isso é um processo que está em andamento), eles estarão disponíveis para todo e qualquer cidadão brasileiro e os relatos orais provenientes de interrogatórios, redações oficiais, planejamentos de operações e decisões governamentais e das autoridades militares suscitarão, de um lado, a interpretação literal dos mesmos, como verdade absoluta e acrítica do senso comum ou sensacionalista da mídia de massas e, de outro, a análise criteriosa (e para tanto, relativista e crítica) da História.