quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Neste dia dos professores, o meu maior orgulho é lembrar que foi minha mãe que me alfabetizou

Por Edson Borges (Vicente) Filadelfo*
"Neste dia dos professores, o meu maior orgulho é lembrar que foi minha mãe que me alfabetizou"...
         Ser professor é ter uma profissão, ser mestre é formar discípulos,  educar é um ato de amor.
         No dia dos professores costumamos lembrar daquelas pessoas que conhecemos nas escolas, que chegam e saem com pressa entre uma escola e outra para garantir uma renda mais confortável. Costumamos lembrar de conselho de classe, formaturas, de fotos com beca, daqueles que entregam o canudo, dos paraninfos.
         Lembramos que alguns são diretores, outros coordenadores, outros orientadores. São necessários vários profissionais, vocacionados ou não, satisfeitos ou não com seu salário, dedicados ou não.
         Refletimos um dia por ano, quem sabe, sobre aqueles que nos ensinaram Geografia, História, Matemática. Percebemos que tínhamos um só por ano, até o quinto ano e que, depois, eles se multiplicaram em oito, dez, doze.
         Neste dia em que costumo receber "parabéns", "Feliz dia dos professores" (Feliz dia do mestre, não mais), lembro que já tive milhares de alunos de dez escolas.
        Mas, neste dia dos professores, o meu maior orgulho é lembrar que foi minha mãe que me alfabetizou. Lembrar que nasci em casa de educadora, vulgarmente chamada "explicadora" (parece que os professores complicam).
       Agradeço a Deus por brincar com letras desde que nasci; por ser convidado para a primeira série, quando todos tinham que fazer o "Prezinho" e o "C.A" antes; por ter conhecido a "Tia Bijuca", mas ter passado por curto período em sua turma; de passar por quatro "séries" em dois anos (Pré e C.A. em um e "Primeira" e "Segunda" em outro). Tudo isso eu devo à minha mãe.
       Ela não se formou (por ignorância do meu pai), mas isso não foide tão ruim, pois assim ela não perdeu o encanto, não se tornou mais uma a correr de escola em escola. Ela trabalhava em casa, nossa casa era a escola e quase todos do bairro iam lá pra aprender. Isso perdurou anos a fio. Seu diploma é o da experiência e seu saber veio da sede de leitura, do amor pelo conhecimento. Sua recompensa é uma multidão de pessoas de bem, educadas e cidadãs que hoje já podem ter até 30, 40 ou 50 anos.
        Para mim, minha faculdade de licenciatura começou na infância, quando eu aprendiz com sua destreza em ensinar; minha pós graduação em EJA começou quando ou a via educar meninas e mulheres, meninos e homens. Todos iam ao encontro dela para sair melhores.
       Parabéns a todos os professores, mestres, educadores, ... e um HIPER PARABÉNS à minha ALFABETIZADORA, EXPLICADORA, FORMADORA, minha MÃE RACHEL BORGES VICENTE. Eu te amo muito!

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