Herói: um simples humano ou um humano
simples: as contribuições de Freire e do Filme ‘Quando Tudo Começa’ na promoção
da responsabilidade docente.
Edson Borges Filadelfo[1]

A
personagem principal é um educador diferente dos demais apenas por não desistir
de seus princípios fundamentais, não negar sua responsabilidade docente,
enfrentando dilemas e problemas dos mais variados possíveis e se vendo até
mesmo dentro do âmbito familiar envolvido com questões de ordem social e
econômica, obrigando-se a mediar conflitos na esfera política quando a educação
deixa de ser prioridade no estado francês, marcada a muito por uma postura
geralmente voltada ao social, até mesmo paternalista. A contrinuição de Paulo
Freira nesse sentido é grande quando destaca a “necessidade de uma intervenção
competente e democrática do educador nas situações dramáticas em que os grupos
populares, demitidos da vida, estão como se estivessem perdido o seu endereço
no mundo” (FREIRE, 2001, p. 27).
O
diretor, amante da literatura, não deixa que os desafios impostos cessem sua
produção artística, sua responsabilidade enquanto diretor e professor nem mesmo
seu afeto e envolvimento amoroso, assim como sua solidariedade para com os
alunos, pais, professores e demais sujeitos envolvidos no cotidiano da escola. Mais
uma vez recorremos a Freire para quando o mesmo diz “Sei que as coisa podem até
piorar, mas sei que é possível intervir para melhorá-las”. (FREIRE, 1996,
P.22). De todo modo, ele – o diretor - até pensa em desistir em uma certa
altura, porém, os frutos de sua atuação convergem em um apoio mútuo de sua
equipe e de todos que com ele convivem, o fortalecendo em um ano, que o mesmo
considerou atípico, mas que cada vez mais parece via de regra.
Embora a
situação pareça de redução da importância o papel do educador, em todas as
modalidades de ensino, inclusive na EJA, devido ao fato dos alunos serem em sua
maioria já adultos e com problemas mais complexos, não pode acabar no educador
a alegria e a coragem para continuar a praticar a educação em sua totalidade.
Assim sendo, a esperança, cujo ditado popular diz que é ‘a última que morre’,
na verdade é a geradora das outras condições humanas para o exercício da
docência. Mais uma vez recorremos a Paulo Freire que insiste na “a
esperança de que professores e alunos,
juntos, podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e
juntos igualmente resistir aos obstáculos à nossa alegria”. (FREIRE, 1996, P.29).
Referencias
Bibliográficas
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes
necessários à prática educativa. 25ª ed. São Paulo: Paz e Terra. 1996.
FREIRE, Paulo. Política e Educação: ensaios. 23ª ed.
São Paulo: Cortez. 2001.
[1]
Bacharel e Licenciado em Geografia pela UERJ. Pós-Graduando em Educação de Jovens e Adultos pelo IFRJ Nilópolis. Professor da Rede Estadual de
Educação do RJ: SEEDUC.
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